terça-feira, 12 de outubro de 2010

IDENTIDADE DIFERENTE
Em um tempo em que as buscas e pesquisas sobre maior conhecimento e entendimento de causas do autismo se tornaram presas a descobertas incertas e complexas, devemos ressaltar que não só o individuo autista, mas também os seus familiares devem ter um aconselhamento; acompanhamento e apoio psicológico e outros; para que possam aprender a lidar com essa nova situação que se apresenta, para então essa relação ser feita de forma harmoniosa, tranqüila sem que seja motivo de estresse para ambos, de maneira que o autista possa ter um desenvolvimento sadio e construir sua identidade diferente.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010


AUTISMO E RELAÇÕES PARENTAIS

A criança autista não aceita qualquer mudança em seu ambiente, tem uma alimentação irregular, mas a sua maior características é o isolamento social, por isso quanto mais precoce for o diagnóstico maiores são as chances de fazer com que as barreiras de isolamento sejam quebradas interferindo assim no seu desenvolvimento.
Segundo Gauderer (1985) “O problema do autismo não é ausência de desejo de interagir e comunicar-se, e, sim ausência de habilidade para fazê – lo.”
É neste momento que a família tem que se fazer presente, pois é na família que o ser humano constrói sua identidade e amplia assim sua relação com o mundo, para isso a família tem de estar atenta para perceber qual atividade, o filho tem mais receptividade e sempre que for possível praticá-la.
É necessário que os familiares do autista saibam como lidar com o comportamento do mesmo que muitas vezes é agressivo e com ataque de raiva, pois será desta forma que estarão estimulando a confiança e afeição na criança.
É importante que seja realizado trabalhos de elaboração dos sentimentos da família em relação à criança, pois só assim haverá uma colaboração para que o autista se adapte e socialize ao meio em que vive.
Faz-se importante que a família do autista não o defina pelo o que ela não tem, pela sua deficiência, mas sim pelo o que ele autista pode nos dar com a sua forma singular e diferente de ser.

NOVAS DESCOBERTAS SOBRE AUTISMO

Infelizmente não podemos dizer que existe algo de concreto que diga qual a causa real do autismo “muitos a dizer muitas coisas”, cada um com uma teoria diferente sobre o que possa levar um individuo a um comportamento tão diferente, tão especial e que deve ser respeitado como tal.
Pesquisas recentes fazem surgir um fio de esperança, cientistas descobriram o 1° elo significativo entre o autismo e o DNA, podendo assim trazer uma grande revolução para todo o estudo sobre o autismo. Quem sabe esta nova descoberta faça com que possamos entender melhor essa desordem comportamental.
A tese defendida por pesquisadores do Projeto Genoma do Autismo se concentra em uma diferença genética chamada “variações no número de copias” (CNVs) é essa variação que diferencia uma pessoa da outra.
Foi identificado que portadores de autismo possuem 20°/ a mais de CNVs do que outras crianças.
Ao contrario do que se imaginavam muitos dos CNVs das crianças autistas não são herdados dos seus pais, mas sim formados provavelmente durante a concepção ou a formação dos óvulos ou espermatozóides.
É sabido que o autismo tem fortes componentes genéticos e ambientais e tende a ser hereditário.
Nos últimos anos a incidência do autismo aumentou, esperamos que essa nova descoberta apesar de ainda ser, um estudo preliminar traga novos esclarecimentos e esperanças para os portadores da síndrome e seus familiares para que ao menos possam ser diagnosticados precocemente e assim poder ter uma nova forma de tratamento mais eficaz.
Outra pesquisa publicada recentemente na revista de divulgação cientifica “Ciência Hoje”, informa que os cientistas acreditam que fatores genéticos respondem por mais de 90°/ das causas do autismo. Relatam também que não existe somente um gene relacionados ao distúrbio mais vários, um deles é o gene responsável pelo controle da produção de oxitocina, ainda em fase de teste, um hormônio ligado as relações interpessoais e comportamentos afetivos.
Será difícil falar de uma cura para o autismo até que se descruba sua real causa.
Existem vários tipos de desordem autista devido a isso, o tratamento deve ser individualizado dependendo da necessidade de cada um “afinal, o autismo não é uma disfunção única, mas sim um espectro de problemas, que variam de intensidade e de tipo”. E exatamente por possuir uma gama de comportamentos e sintomas se torna mais difícil e complexo o seu diagnóstico e por conseqüência o seu tratamento.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

DIVERSOS OLHARES SOBRE O AUTISMO
ABORDAGEM PSICANALÍTICA


Consciente de todas essas classificações que temos sobre autismo, será abordado a seguir autores que possuem uma abordagem psicanalítica.
Há décadas é objeto de estudo, mas ainda um mistério, muitas perguntas, dúvidas e sem muitas respostas.
Desde a década de 40 quando foi descrito pela primeira vez os cientista se empenham para descobrir a causa do autismo já se caminhou bastante em pesquisa desde então ainda que permaneça sem cura.
Levando-se em consideração as atuais evoluções as crianças autistas de hoje tem uma maior capacidade de desenvolver seu potencial e com isso se incluir socialmente, mas ainda temos muito a evoluir.
Os pais de crianças autistas ao receber o diagnóstico tendem a pensar que seu filho é pior que outras crianças e normalmente carrega com ele a frustração e negação, que dificulta assim perceber que seu filho é simplesmente diferente tornando desta forma esta criança objeto de angustia familiar.
Segundo Maud Manoni (in Serra, 2007) a criança autista é submetida a “reeducação” das mais variadas e colocada em diversos lugares como “retardada”, “doente”, “doente mental”, ficando assim atrelada a classificação que o outro faz dela.
De acordo com Dolto (1985) “a criança autista não teve um defeito na construção, mas teve um incidente na sua constituição”. Afirma Dolto que a criança autista sofre uma separação da figura materna em momento em que ainda não está preparada para que isso aconteça.
Segundo a psicanálise existe uma má formação no encontro entre mãe – bebê, o primeiro elo nesta relação não se realiza não é constituído. A criança não tem consciência do outro e, sendo assim, não forma o eu. Então a criança vai à busca do outro que atenda as suas necessidades. Não encontrando este retorno ela volta para si, pois não houve a comunicação.
Para Winnicott (1976) “o problema do autista é fundamentalmente de desenvolvimento emocional, o autismo não é uma doença”, pois não se encontra resposta nas causas físicas, genéticas, bioquímicas ou endócrinas.
Para ele o autismo se dá no momento em que a relação da criança com o meio ambiente e fatos individuais é perturbada e assim não é feita a construção mental do objeto, é um verdadeiro “cair sem fim” sem qualquer amparo.
A tese defendida por muitos é de que existe um autismo primário normal que é útil no desenvolvimento infantil quando pessoas e objetos exteriores é uma extensão do seu próprio corpo.
Para a criança que não está preparada e que não formou a consciência de um eu diferenciado do mundo, a separação é catastrófica. Ela precisa se conscientizar e perceber que existem dois corpos e não um só, se não no momento da separação ela se sentira despedaçada, pois a separação se dará em momento precoce.
As crianças autistas possuem uma rejeição no contato corporal e esse fato se explica na falta de contato afetivo e físico em se tratando de mães depressivas.
A consciência da figura da mãe provedora não foi internalizada de forma duradoura, houve uma falha na comunicação entre mãe-bebê não havendo assim um equilíbrio da vida emocional. A criança não percebe a “fusão” aparente com o corpo da mãe até o momento da separação, por isso se sente despedaçada, não encarando o outro, pois não quer ser vista desta forma.

TEORIA SISTÊMICA


De acordo com Maria Helena Sprovieri (1998) segundo Macedo(1991) “ a característica do padrão de interação de um sistema é a circularidade , que a interação envolve em uma espiral de feedbacks recursivos , ao contrario da relação linear”
Na família isso quer dizer que cada indivíduo influência e é influenciado pelos outros isso é um fato no cotidiano de um núcleo familiar.
Para Ackerman(1986) “a família representa o sistema nucleador de crescimento e de experiências do ser humano é também responsável pelos níveis de desempenho ou de falha ,portanto constitui a unidade de doença e saúde.”Sendo assim no momento em que os pais recebem o diagnostico de um filho com autismo, normalmente carregam com eles a frustração e negação, os pais se vêem diante de uma criança a qual possuem limitações que irá comprometer o processo de expectativas quanto ao futuro ,eles se vêem frente a um desafio e são obrigados a ajustar toda a sua vida social, financeira, profissional e emocional a esta nova situação que se apresenta.
Segundo Milgram e Atzil (1988) as mães de crianças autistas por estarem mais envolvidas com os cuidados que essas crianças exigem apresentam um maior risco de crise e estresse que o pai, pois existe uma tendência maior das mães em assumir esses cuidados para si, mas ao mesmo tempo há uma cobrança da parte delas por maior envolvimento dos pais, alegam se sentir só nesta tarefa tão estressante.
Os pais alegam que por estarem mais envolvidos em gerir recursos para atender as necessidades da família nesta nova fase que acarreta maiores gastos, não possui condição de contribuir com a ajuda nos cuidados com a criança.
O fato de a criança autista ter incapacidades cognitivas e uma grande dependência do outro no seu dia a dia causa estresse de forma direta e indiretamente não só nos pais, mas em todos os membros da família.
Existe uma grande dificuldade de adaptação da família para com a criança autista e do autista para com a sua família.
O autista possui dificuldade de interar-se socialmente, o que faz com que ele possua problemas de conduta, refletindo assim em sua família e em todos envolvidos com a situação.
A família de um autista tende a viver em crise permanente, vive em um estado de desequilíbrio acentuado, e com isso tem uma maior dificuldade de manter um desenvolvimento emocional de todos os seus membros.
Se desejarmos compreender melhor o autismo devemos levar em consideração a constituição humana que em sua formação prioriza o encontro com o outro, aquele que desempenha a função materna , responsável por sua sobrevivência e que lhe apresenta a cultura , é em busca desse outro que o bebê vai , e é esse contato que molda a mente e o cérebro humano .
E é através desse contato e dessas relações sociais que a criança interpretará o mundo e ao mesmo tempo se fará interpretar.
Esse encontro entre a criança e o Outro Primordial é imprescindível, e é a partir daí que ela identificará nos outros como deve agir para que seja reconhecida.
Os atos de reconhecimento entre a criança e o outro são recíprocos e transformados em função simbólica pelos traços lingüísticos que organizam esse intercambio.
E quando falamos de autismo estamos falando do fracasso dessa função primordial, a entrada no campo da linguagem, não acontece o reconhecimento recíproco.
O que existe no caso do autismo é uma ruptura onde com isso fecha a porta de entrada dessa criança para o mundo propriamente humano.
O ser humano tem a grande necessidade de interagir socialmente para se desenvolver e construir uma instância psíquica inconsciente e com isso conquistar o seu lugar único.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

SÍNDROME DE SAVANT


SÍNDROME DE SAVANT

Foi John Langdon Dow (1828-1896) que descreveu pela primeira vez a síndrome do “idiot savant” (sábio idiota) em 1887. A síndrome foi associada à impressionante capacidade de memória.
Existe uma teoria que fala sobre a ausência de corpo caloso no cérebro como responsável pela síndrome, em algumas pessoas essa ausência não provocaria nenhum tipo de deficiência, sendo que em outras desenvolve o savantismo.
Com a ausência do corpo caloso há uma união dos dois hemisférios do cérebro através de canais de comunicação fazendo com que ele funcione como se fosse um “grande hemisfério” e esse novo hemisfério possui funções que seria de dois em um só. Somente metade dos autistas tem savantismo, o savant possui três classes distintas.
-Savant Habilidoso é o mais comum, aquele com obsessão em decorar coisas triviais
-Savant Talentoso possui uma grande deficiência cognitiva, porem possui grande talento em uma área especifica.
–Savant Prodigioso possui habilidade proeminente que só ocorre com quem tem síndrome de Savant.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

SINDROME DE ASPERGER


CONFORME CID 10

Um transtorno de validade nosológica incerta, pelo mesmo tipo de anormalidades qualitativas de interação social recíproca que tipifica o autismo, junto com o repertorio de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. O transtorno difere do autismo primariamente por não haver nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou de linguagem. A maioria dos indivíduos é de inteligência global normal, mas é comum que seja marcantemente desajeitada; a condição ocorre predominantemente em meninos (em uma proporção de cerca de oito garotos para cada menina). Parece altamente provável que pelo menos alguns casos representem variedades leves de autismo, mas é incerto se é assim para todos. Há uma forte tendência para que as anormalidades persistam na adolescência e na vida adulta e parece que elas representam características individuais que não são grandemente afetadas por influencias ambientais. Episódios psicóticos ocasionalmente ocorrem no inicio da vida adulta.
Diretrizes Diagnósticas
O diagnóstico é baseado na combinação de uma falta de qualquer atraso global clinicamente significativo no desenvolvimento da linguagem ou cognitivo, como com o autismo, a presença de deficiências qualitativas na interação social recíproca e padrões de comportamento, interesses e atividades restritos, repetitivos e estereotipados. Pode haver ou não problemas de comunicação similares aqueles associados ao autismo, mas um retardo significativo de linguagem excluiria o diagnostico.

SINDROME DE RETT

CONFORME CID 10

Uma condição de causa desconhecida ate então relatada somente em meninas, a qual tem sido diferenciada com base em um inicio curso e padrão de sintomatologia característica. Tipicamente, um desenvolvimento inicial aparentemente normal ou quase normal é seguido por perda total ou parcial das habilidades manuais adquiridas e da fala, junto com uma desaceleração do crescimento do crânio, usualmente com um inicio entre 7 e 24 meses de idade. Estereotipias de aperto de mão, hiperventilação e perda dos movimentos propositais da mão são características particulares. O desenvolvimento social e lúdico é interrompido nos primeiros 2 e 3 anos, mas o interesse social tende a ser mantido. Durante a metade da infância, ataxia e apraxia do tronco, associadas à escoliose ou cifoescoliose, tendem a desenvolver-se e algumas vezes há movimentos coreoateóides. Prejuízo mental grave invariavelmente é o resultado. Convulsões freqüentemente se desenvolvem durante o inicio ou meio da infância.

Diretrizes Diagnósticas
Na maioria dos casos, o inicio é entre 7 e 24 meses de idade. O aspecto mais característico é uma perda de movimentos propositais das mãos e das habilidades motoras manipulativas finas adquiridas. Isto é acompanhada por perda, parcial ou falta de desenvolvimento da linguagem; movimentos tortuosos estereotipados característicos de aperto ou “lavagem das mãos”, com os braços flexionados em frente ao tórax ou queixo; molhar as mãos estereotipadamente, com saliva; falta de mastigação apropriada da comida; episódios, freqüentes, de hiperventilação; quase sempre uma falha em alcançar controle intestinal e vesical; freqüentes, salivação excessiva e protrusão da língua e uma perda do envolvimento social. Tipicamente, as crianças retêm uma espécie de “sorriso social”, olhando para ou “através” das pessoas, mas não interagindo socialmente com elas na primeira infância (embora, com freqüência, uma interação social se desenvolva mais tarde).A postura e a marcha tendem a ter uma base alargada, os músculos são hipotônicos, os movimentos do tronco usualmente tornam-se insatisfatoriamente coordenados e escoliose e cifoescoliose habitualmente se desenvolve. Atrofias espinhais, com incapacidade motora grave, se desenvolvem na adolescência ou idade adulta, em aproximadamente metade dos casos. Mais tarde, uma espasticidade rígida pode se manifestar e é em geral mais pronunciada nos membros inferiores do que nos superiores. Crises epiléticas, usualmente envolvendo algum tipo de ataque menor e com inicio geralmente antes da idade de 8 anos, ocorrem na maioria dos casos. Em contraste com o autismo, tanto auto-injurias deliberadas quanto preocupações ou rotinas estereotipadas e complexas são raras.
Diagnostico Diferencial
De inicio, a síndrome de Rett é primariamente diferenciada com base na falta de movimentos propositais das mãos, desaceleração do crescimento do crânio, ataxia, movimentos estereotipados do tipo “lavar as mãos” e falta de mastigação apropriada. O curso do transtorno, em termos de deterioração motora progressiva, confirma o diagnostico.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

ETIMOLOGIA DA PALAVRA

AUTISMO
A palavra vem do grego autos, que significa “si mesmo”.
Na década de 40, o psiquiatra americano Leo Kanner (1894-1981) e o pediatra austríaco Hans Asperger (1906-1980) descobriram o distúrbio de desenvolvimento que afeta milhares de crianças no mundo. Foi uma descoberta isolada, nenhum dos dois sabia o que o outro pesquisava, e, por uma dessas coincidências inacreditáveis ambos deram o mesmo nome a síndrome.
O nome é perfeito levando-se em consideração que o traço mais marcante do transtorno, é o isolamento do mundo exterior, deixando de formar uma interação social.
O termo hoje adotado pelos médicos é “transtornos de espectro autista” TEA.

AUTISMO

DE ACORDO COM CID-10
O autismo faz parte de Transtornos Invasivos do Comportamento
Esse grupo de transtorno é caracterizado por anormalidades qualitativas em interações sociais recíprocas e em padrões de comunicação e por um repertorio de interesses e atividades restritas, estereotipado e repetitivo. Essas anormalidades qualitativas são um aspecto invasivo do funcionamento do individuo em todas as situações, embora possam variar em grau. Na maioria dos casos, o desenvolvimento é anormal desde a infância e, com apenas poucas exceções se manifestam nos primeiros 5 anos de vida. É usual, mas os transtornos são definidos em termo de comportamento que é desviado em relação a idade mental( seja o individuo retardado ou não). Há algum desacordo quanto à subdivisão desse grupo global de transtornos invasivos do desenvolvimento.
Em alguns casos, os transtornos estão associados, e são presumivelmente decorrentes, a alguma condição médica das quais espasmos infantis, rubéola congênita, esclerose tuberosa, lipoidose cerebral e anomalia da fragilidade do cromossomo X estão entre as mais comuns. Entretanto, o transtorno deve ser diagnosticado com base nos aspectos comportamentais, independente da presença ou ausência de quaisquer condições médicas associadas; qualquer condição associada deve, todavia, ser codificada separadamente. Se um retardado mental está presente, é importante que ele seja codificado a parte porque ele não é um aspecto universal dos transtornos invasivos de desenvolvimento.

AUTISMO INFANTIL

AUTISMO INFANTIL
Um transtorno invasivo do desenvolvimento definido pela presença de desenvolvimento anormal e/ou comprometido que se manifesta antes da idade de 3 anos e pelo tipo característico de funcionamento anormal em todas as três áreas de interação social, comunicação e comportamento restrito e representativo. O transtorno ocorre em garotos três ou quatro vezes mais freqüentemente que em meninas.
Diretrizes Diagnósticas
Em geral, não há um período prévio de desenvolvimento inequivocamente normal, mas, se há anormalidade se tornam aparentes antes da idade de 3 anos. Há sempre comprometimentos qualitativos na interação social recíproca. Estes tomam a forma de uma apreciação inadequada de indicadores sócio-emocionais, como demonstradas por uma falta de respostas para as emoções de outras pessoas e/ou falta de modulação do comportamento, de acordo com o contexto social; uso insatisfatório de sinais sociais e uma fraca integração dos comportamentos sociais, emocionais e de comunicação e, especialmente, uma falta de reciprocidade sócio-emocional. Similarmente, comprometimentos qualitativos na comunicação são universais. Estes tomam a forma de uma falta de uso social de quaisquer habilidades de linguagem que estejam presentes; comprometimento em brincadeiras de faz-de-conta e jogos sociais de imitação; pouca sincronia e falta de reciprocidade no intercâmbio de conversação; pouca flexibilidade na expressão da linguagem e uma relativa ausência de criatividade e fantasia nos processos de pensamentos; falta de resposta emocional às iniciativas verbais e não verbais de outras pessoas uso comprometido de variações na cadencia ou ênfase para refletir modulação comunicativa e uma falta similar de gestos concomitantes para dar ênfase ou ajuda na significação na comunicação falada.
A condição é também caracterizada por padrões de comportamento, interesses e atividades restritos, repetitivos e estereotipados. Isto toma a forma de uma tendência a impor rigidez e rotina a uma ampla serie de aspectos do funcionamento diário; usualmente, isto se aplica tanto a atividades novas como hábitos familiares e a padrões de brincadeiras. Particularmente na primeira infância, pode haver vinculação especificas a objetos incomuns, tipicamente não-macios. A criança pode insistir na realização de rotinas particulares e em rituais de caráter não-funcional; pode haver preocupações estereotipadas com interesses tais como datas, itinerários ou horários; freqüentemente, há estereotipias motoras; um interesse especifico em elementos não funcionais de objetos (tais como seu cheiro ou tato ) é comum e pode haver resistência a mudança na rotina ou em detalhes do meio ambiente pessoal (tais como as movimentações de ornamentos ou moveis em casa).
Em adição a esses aspectos diagnósticos específicos, é freqüente a criança com autismo mostrar uma serie de outros problemas não especificados tais como medo / fobias, perturbações de sono e alimentação, ataques de birra e agressão. Autolesão (p.ex. morder o punho) é bastante comum, especialmente quando há retardo mental grave associado. A maioria dos indivíduos com autismo carece de espontaneidade, iniciativa e criatividade na organização de seu tempo de lazer e tem dificuldade em aplicar conceitualizações em decisões no trabalho (mesmo quando as tarefas em si estão a altura de sua capacidade). A manifestação especifica dos déficits característicos do autismo muda a medida que as crianças crescem, mas os déficits continuam através da vida adulta com um padrão amplamente similar de problemas na socialização, comunicação e padrões de interesse.As anormalidades do desenvolvimento devem estar presentes nos primeiros 3 anos para que o diagnostico seja feito, mas a síndrome pode ser diagnosticada em todos os grupos etários.
Todos os níveis de QI podem ocorrer em associação com o autismo, mas há retardo mental significativo em cerca de três quartos dos casos.

sábado, 3 de julho de 2010

O que nos pediria um autista?

Ajuda-me a compreender. Organiza meu mundo e ajuda-me a prever o que vai acontecer. Dá-me ordem, estrutura, e não um caos.

Não fiques angustiado comigo, pois isto também me angustia.

Respeita meu ritmo. Se compreenderes minhas necessidades e meu modo especial de ver a realidade, não terás dificuldade de te relacionares comigo. Não te deprimas; o normal é eu progredir e me desenvolver cada vez mais.

Não fales muito, nem depressa demais. Para ti as palavras voam como plumas, não pesam para ti, mas para mim podem ser uma carga muito pesada. Muitas vezes não é esta a melhor maneira de te relacionares comigo.

Como todas as demais crianças, e como os adultos, sinto necessidade de partilhar o prazer e gosto de fazer bem as coisas, embora nem sempre o consiga.

Para mim é difícil compreender o sentido de muitas coisas que me pedem para fazer. Ajuda-me a compreender. Procura pedir-me coisas que tenham sentido completo e decifrável para mim. Não deixes que eu me embruteça e fique inativo.

Não te envolvas demais comigo. Às vezes as pessoas são muito imprevisíveis, barulhentas demais e excessivamente animadoras. Respeita a distância de que preciso, mas sem me deixares sozinho.
Meu desenvolvimento não é irracional embora não seja fácil de entender.

Tem sua própria lógica, e muitas das condutas que chamas de “alteradas” são formas de enfrentar o mundo com minha forma especial de ser e perceber. Faze um esforço para me compreenderes.

Aceita-me como sou. Não condicione a tua aceitação a que eu deixe de ser autista. Sê otimista sem te tornares “romântico”. Minha situação em geral tende a melhorar, embora por enquanto não tenha cura.

Vale a pena viver comigo. Posso te proporcionar tanta satisfação como as demais pessoas. Pode acontecer um momento em tua vida em que eu, “autista” seja a tua maior e melhor companhia.

Angel Riviere Gómez

Assesssor Técnico de APNA- Madri- Espanha